O que é dinheiro? Um pedaço de uma folha de papel? Um punhado de metal? Apenas números na tela que aponta o extrato da conta? Amor a ele é considerado a raiz de todo mal, mas poderia servir para cortar o mal pela raiz. Ele não se apaixona por ninguém, mas há quem se apaixone por ele mesmo assim. Por mais compromisso que você tenha com ele, na primeira oportunidade ele pode mudar de bolso sem qualquer constrangimento.
Ele pode mudar quem você é, ou revelar quem você realmente é. Pessoas que pensam que têm dinheiro não sabem que é ele que as têm. Isso mesmo, ele pode te controlar facilmente, mas dificilmente você estará no controle dele. Pode ser um excelente servo nas vezes que não é o senhor opressor. Pode fazer respirar novos ares, mas também pode sufocar até a morte. Quem não o têm pode estar na posição de escravo, assim como quem o tem. Promete libertar o escravo até que escraviza novamente sem prometer. Poucos sabem o que fazer para o ter, e muitos que o têm não sabem o que fazer com ele. Ele tem o poder de fechar portas, abrir portas, comprar portas, mas não ensina o que fazer lá dentro. Parece ser tudo, mas pode ser nada. O mesmo dinheiro pode valer muito ou valer nada, no mesmo momento em locais diferentes, ou no mesmo local em momentos diferentes. Cem unidades dele pode comprar cem litros de água na cidade, mas nem um copo de água no deserto.
Dinheiro não é riqueza, pois as maiores riquezas dinheiro nenhum compra. Verdadeira riqueza não é fruto do dinheiro, mesmo o tendo usado em seu benefício. Aliás, desconfio que nem precise dele. Como é miserável todo aquele que tudo o que tem é só dinheiro, mesmo que muito.
Tenha consciência de que o dinheiro compra a cama, mas não o sono; constrói a mansão, mas não o lar; paga banquetes, mas não a alegria sincera ao redor da mesa; contrata exércitos, mas não a paz; conquista o diploma, mas não o propósito; dá acesso ao conhecimento, mas não traz sabedoria; atraí seguidores curiosos, mas não amigos verdadeiros; alimenta o “ter” e sufoca o “ser”; adquire uma rede de hospitais, mas não a imortalidade; pode fazer com que coisas acelerem no tempo, mas não o acompanha na eternidade. Ou você já viu um caminhão de dinheiro seguindo o funeral do morto?
Conta-se que um pai - empresário abastado - querendo que seu filho soubesse o que é ser pobre, levou-o para passar uns dias com uma família de camponeses. O menino passou 3 dias e 3 noites vivendo no campo. No carro, voltando para a cidade, o pai perguntou: “Como foi sua experiência?” – “Boa”, responde o filho, com o olhar perdido à distância. “E o que você aprendeu?” Insistiu o pai. O filho começou a enumerar: “Que nós temos um cachorro e eles têm quatro; que nós temos uma piscina com água tratada, que chega até a metade do nosso quintal ... eles têm um rio sem fim, de água cristalina, onde tem peixinhos e outras belezas; que nós importamos lustres do Oriente, para iluminar nosso jardim ... eles têm as estrelas e a lua para iluminá-los; nosso quintal chega até o muro ... o deles chega até o horizonte; nós compramos nossa comida e usamos microondas ... eles cozinham no glorioso sabor do fogão à lenha; nós ouvimos CD's ... eles ouvem uma perpétua sinfonia de pássaros, periquitos, sapos, grilos e outros animaizinhos; para nos protegermos vivemos rodeados por um muro, com alarmes ... eles vivem com suas portas abertas, protegidos pela amizade de seus vizinhos; nós vivemos conectados ao celular, ao computador, à televisão ... eles estão "conectados" à vida, ao céu, ao sol, à água, ao verde do campo, aos animais, às suas sombras, à sua família.” O pai ficou impressionado com a profundidade de seu filho e então o filho terminou: “Obrigado, papai, por ter me ensinado o quanto somos pobres!”
Tenha o dinheiro que for, jamais deixe que ele o tenha, nem perca a real perspectiva do que é riqueza verdadeira!